
Na noite de domingo (10/03/24) policiais militares estiveram na região do Contorno Leste, onde ocorre uma invasão de terras desde o início de 2023. Conforme decisão judicial da 2ª Vara Especializada em Direito Agrário de Cuiabá, o cumprimento da desocupação deveria acontecer somente nesta segunda-feira (11/03/24). 2nb3e
Ao Midiajur, um dos moradores da área invadida disse que os militares chegaram por volta das 19 horas “coagindo e colocando medo”, e ficaram no local até às 23 horas. Questionado se houve uma explicação por parte dos policiais sobre o porque estariam no local na noite anterior à data da reintegração de posse, o morador disse que não, mas que “a presença deles já falava tudo”.
Na manhã desta segunda-feira, os Policiais Militares retornaram ao local, assim como uma equipe da empresa Energisa, que cortou a distribuição elétrica do local, impedindo o o de luz elétrica aos moradores, conforme mostra o vídeo no link >>>>> https://www.instagram.com/reel/C4YyAJhvts1/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA==
Os deputados estaduais Valdir Barranco (PT) e Wilson Santos (PSD) estiveram no local apoiando os moradores. Um vídeo encaminhado ao Midiajur mostra o trecho da fala de Santos que diz: “Vim ver aqui pessoalmente. Aqui não trata de asfalto, aqui não trata de meio fio, aqui não trata de iluminação de quebra-mola, aqui trata de seres humanos. E nessa situação, o prefeito e o governador têm que tratar pessoalmente isso”.
De acordo com o morador, os deputados leram o ofício judicial e disseram não se tratar daquele endereço que deve-se realizar a desocupação e sim a área do Bom Jesus.
O outro lado 5k3g6u
Ao Midiajur, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) disse ainda não há detalhes da ação, pois está em andamento, mas que as forças de segurança estão dando e ao cumprimento da ordem judicial e assim que possível irá emitir uma nota oficial.
Entenda o caso 1i3i1f
A invasão da área teve início em janeiro de 2023. Em 28 de fevereiro, a juíza Adriana Sant’Anna Coningham, da 2ª Vara Especializada em Direito Agrário, determinou a reintegração de posse dos 139,6 hectares de João Pinto, mas com a realização de conciliação prévia e preparatória para a remoção em 16 de março. Pela decisão, a reintegração só poderia acontecer depois da audiência.
Uma audiência pública foi realizada em junho pela Comissão de Conflito Fundiário do Tribunal de Justiça e ficou definida a criação de um grupo de trabalho sob coordenação do defensor público Fábio Barbosa. Foi dado prazo de 30 dias para que fossem apresentadas estratégias para a desocupação.
Entretanto, em agosto, os moradores teriam perfurado poços artesianos no local ao que foi determinado o fechamento dos mesmos no mês de setembro.
Em fevereiro deste ano, o proprietário das terras, João Antônio Pinto, de 87 anos, foi morto a tiros por um policial civil. Segundo informações preliminares, João estaria em posse de um arma de fogo e teria reagido à abordagem. Os policiais abriram fogo e atiraram contra o idoso. O Samu foi acionado e confirmou a morte.
Para jornalistas do Olhar Direto, o filho da vítima afirmou que a região de chácaras estava com ocorrências de invasões de membros de organização criminosa. Segundo o filho, o pai estaria armado com o objetivo de se proteger. O idoso também teria problemas de visão e audição. Ao ser abordado, a vítima pode ter confundido os policiais com os criminosos.