O jacaré gigante que aparece atacando uma canoa após ser cutucado por um estudante é da espécie jacaré-açu, comumente encontrado nos rios Araguaia e Tocantins. Segundo o biólogo Aluísio Vasconcelos de Carvalho, embora não seja uma ameaça direta aos humanos, é preciso ter cautela ao se aproximar do animal, considerado o maior crocodiliano da América do Sul.
“No vídeo a gente percebe que esse animal é quase o tamanho da canoa, se não for maior. Os jacarés-açus são extremamente grandes e têm força para virar uma canoa, então esse bote poderia ter se tornado uma tragédia. Ali foi sorte, porque se ele quisesse atacar conseguiria tranquilamente virar aquela canoa”, afirmou.
O vídeo foi gravado pelo estudante de engenharia agronômica Isaac dos Santos Silva, de 24 anos, quando ele ava de canoa pelo rio Araguaia, no trecho da zona rural entre Pau D’Arco (TO) e Floresta do Araguaia (PA).
Ele contou que se aproximou e cutucou o animal achando que o jacaré estava morto. “Achávamos que tinha sido morto recentemente. Meu pai encostou do lado para podermos medi-lo, quando levamos aquele grande susto”, contou o jovem.
De acordo com o especialista, o comportamento é típico da espécie. “Na verdade, ele não está imóvel. Os jacarés fazem muito isso de ficar com o corpo parcialmente submerso e se movimentando lentamente, só mexendo a pontinha da cauda, até conseguir chegar perto de uma presa. É assim que eles fazem o bote”, explicou.
O biólogo comentou que o animal pode ter se aproximado da canoa por curiosidade e, ao ser cutucado, deu um bote defensivo para assustar a possível ameaça. Mas o encontro com o jacaré poderia ter tido consequências graves.
‘Grande susto’
O encontro do estudante com o animal nas águas do Araguaia aconteceu no dia 30 de maio. De acordo com Isaac, essa não foi a primeira vez que avistou jacaré no rio, “porém, esse impressionou pelo tamanho e comportamento”, comentou.
ado o susto, Isaac disse que ficou incomodado com a possibilidade de o jacaré estar ferido ou doente. “Levamos um grande susto, mas ficamos incomodados com a situação, aparentemente ele não estava muito bem. Provavelmente ferido ou comeu algo e estava com dificuldade de digerir, pois mesmo depois de incomodarmos, achando que estava morto, ele não conseguiu mergulhar totalmente”, explicou.
Segundo o estudante, o jacaré foi visto por outras pessoas a quilômetros de distância no dia seguinte ao encontro.
“[O jacaré estava] com o mesmo comportamento boiando e quieto. Ou seja, ele desceu com a correnteza e parece não estar muito bem. Achávamos que olho dele estava ferido. Pode ser uma lesão antiga que sarou, mas como é enorme ficou com aquela aparência esbranquiçada”, contou Isaac.